Ricardo Piglia me foi apresentado pelo colega de blogue Rodolfo.Piglia é argentino, escritor, professor da Universidade de Princeton (E.U.A.) e estudioso da literatura argentina."Formas Breves" - excelente apanhado de alguns de seus ensaios, diários, palestras e artigos - é uma obra de referência na crítica literária argentina. Acreditem, é uma quantidade de informação difícil de digerir assim, de cara. E terrivelmente assustador conhecer nas primeiras vinte ou trinta páginas nomes que são a excelência da literatura argentina contemporânea e que você nunca ouvi falar. Claro, um ou outro nome você conhece, já leu alguns portenhos ilustres, Borges, Cortázar. Outros você conhece de nome, Macedonio Fernández, , Lugones.
Mas a análise de Piglia é minuciosa e passeia de Joyce a Eurípedes, de Poe a Cervantes, de Freud a Roberto Arlt.
Me desespera, sobretudo, a ignorância que tenho em relação aos autores latino-americanos, os vizinhos aqui ao lado. E que eles provavelmente devem ter acerca dos brasileiros, já que quase nunca me é apresentado um novo autor nacional, imagine aos hermanos!
É uma postagem só pra lembrar que nossa literatura está nas estantes mais escondidinhas, que não conhecemos os escritores que falam o mesmo idioma que nós. São incríveis Guimarães Rosa, Machado de Assis, Clarice Linspector, mas há tempos não encontro as referências da nova literatura brasileira (que dirá da latino-americana).
Preciso ler mais a coluna "livros" da Ilustrada ou do Caderno 2?
Duvido.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Piglia e o meu desespero
Publicada por
Pedro Felício
à(s)
17:31
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1 comentário:
Pedrinho, fico muito feliz que você tenha gostado do livro, e que tenha se espantado e se assustado com ele. Será que não é sempre isso que devemos buscar quando lemos, algo que não sabemos, que nos arrebata? Melhor do que isso é poder desfrutar dessas leituras com alguém, com pessoas que buscam o mesmo arrebatamento que nós. Talvez tenhamos descoberto um novo tipo de amizade, nós dois (e pensar em quantas pessoas já haviam descoberto esse tipo prazer antes de nós!). Uma amizade intelectual, uma afinidade de gêneros e estilos, que acaba por se misturar em nossas vidas cotidianas, em nossos hábitos diários e de vida prática, como se encontrar para tomar uma cerveja ou fumar um cigarro esperando o café em qualquer lugar. Esse é um dos tecidos (esse retalho costurado a muitas mãos) que junto com outros levaremos com muito zelo e respeito por toda as nossas vidas, tão bem cosido que já não se sabe a diferença entre as duas coisas, pois não conseguimos mais distinguir as costuras que tornaram essa coisa uma só, como se sempre estivesse ligadas mas que só nos apercebessemos agora...
Para mim, é como se um novo mundo estivesse se abrindo, e esse mundo é muito bonito e reconfortante.
Abraços, meu velho!
Rodolfo
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